O que é nutrição enteral?
A ingestão de nutrientes é um dos passos mais importantes para a recuperação de quem está debilitado. Porém, algumas pessoas não podem ou apresentam dificuldade em alimentar-se totalmente pela boca e, assim, não alcançam a demanda nutricional necessária exigida pelo organismo.
A nutrição enteral serve justamente para suprir nutrientes em quem não pode se alimentar da forma tradicional, seja em ambiente hospitalar ou em casa. Trata-se de uma dieta líquida, que pode ser administrada por meio de sonda posicionada no intestino ou estômago. Ela contém todos os nutrientes diários essenciais para a completa recuperação nutricional do paciente.
A falta de nutrientes no organismo é mais comum do que se imagina. Dados da Sociedade Brasileira de Nutrição Parental e Enteral apontam que cerca de 60% dos pacientes recém-chegados ao hospital apresentam quadros de desnutrição dentro das primeiras 48 horas de internação. Por isso, o Ministério da Saúde lançou, em 2016, o “Manual de Terapia Nutricional na Atenção Especializada Hospitalar no Âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS”, cujas práticas devem ser seguidas nos serviços de saúde.
Inúmeros fatores podem levar a quadros em que o paciente não pode ou não consegue se alimentar plenamente por meio da alimentação convencional, impossibilitando ou prejudicando a ingestão de calorias e nutrientes necessários para o organismo.
Os fatores que levam a uso de sonda, pode-se destacar:
- Problemas temporários ou permanentes em órgãos do aparelho digestivo, como boca, esôfago ou estômago;
- Falta de apetite e perda de peso acentuada;
- Pessoas com problemas de deglutição, que correm risco de asfixia ou aspiração de líquidos para os pulmões;
- Quadros de desnutrição ou subnutrição;
- Pacientes em coma;
- Pacientes que sofrem com outras doenças ou condições clínicas que comprometem a deglutição, como disfagia, AVC, Alzheimer, doenças neurológicas, câncer ou ainda pessoas que estejam se preparando ou se recuperando de uma cirurgia também podem ter a indicação de uso de dieta enteral.
Existem duas vias de acesso para alimentação via sonda:
Via Nasoenteral – quando a sonda é introduzida pelo nariz do paciente e ligada ao estômago (sonda nasogástrica) ou ao intestino delgado (sonda nasojejunal). Geralmente, essas sondas são recomendadas para pacientes que necessitam seguir a dieta enteral por um tempo aproximado de até seis semanas.
Ostomia – quando a sonda é ligada por meio de cirurgia diretamente ao tubo digestivo, através de um pequeno corte no abdômen, podendo ser direcionada ao estômago (gastrostomia) ou ao intestino (jejunostomia). Esse tipo de sonda é recomendada para pacientes que necessitam de um tratamento mais longo.
Para suprir as necessidades nutricionais dos pacientes, a dieta da nutrição enteral deve ser completa, contendo tudo que a alimentação convencional forneceria ao corpo humano.
A dieta industrializada é uma fórmula pronta para consumo e completa, podendo ser encontrada em duas formas: em pó e líquida. As dietas industrializadas são extremamente práticas, sendo fáceis de preparar, de armazenar e de administrar ao paciente. Além disso, são nutricionalmente completas e oferecem muito mais segurança em relação ao risco de contaminação alimentar.
Mesmo assim, quem for manipular a dieta deve tomar uma série de cuidados de higiene durante o preparo, manuseio e administração. Outro ponto importante a se destacar é que as dietas industrializadas possuem a consistência ideal para administração na sonda, o que reduz os riscos de entupimento da sonda.