A importância da marcha no idoso
O ato de caminhar consiste na forma de locomoção do indivíduo e se faz através da relação entre postura e estabilidade adequadas e menor gasto energético possível. Para isso, é necessário uma harmonia entre os sistemas neurológico, músculo-esquelético, vestibular e sensorial. Doenças como alzheimer, parkinson, AVC’s, fraturas por quedas, osteoporose e também o processo de envelhecimento fisiológico levam à alterações destes sistemas e interferem na qualidade da marcha.
Durante a caminhada o ser humano alterna seus passos entre fase de balanceio e fase de apoio onde são observados: inclinação e rotação pélvica, movimentos articulares de joelhos e tornozelos, transferência de peso para perna de apoio, estabilidade de tronco, manutenção do centro de gravidade e liberdade de movimentos dos membros superiores. A velocidade, o gasto energético despendido e o alinhamento postural durante a marcha são parâmetros importantes para avaliar sua funcionalidade e grau de independência do indivíduo.
MACEDO et al, cita em seu artigo científico o termo “Síndrome da fragilidade no idoso”, onde refere uma síndrome clínica identificada pelos seguintes fatores: perda de peso involuntária, exaustão, fraqueza, diminuição da velocidade da marcha e do equilíbrio e diminuição da atividade física. Esses fatores podem ser agravados de maneira rápida por comorbidades crônicas ou agudas, ingestão de remédios e internamentos hospitalares.
Dessa maneira, percebe-se que o idoso pode declinar seu quadro de saúde muito rapidamente e levar à perdas significativas na sua independência motora, muitas vezes irreversíveis. A fisioterapia deve agir de maneira preventiva e eficaz na manutenção das habilidades motoras, agilidade e aporte respiratório, prolongando, ao máximo, a marcha independente ou com apoio aos idosos. Espera-se que com atividades físicas regulares para equilíbrio, força muscular e mobilidade articular, o padrão de marcha do idoso mantenha-se estável, diminuindo o risco de infecções pulmonares, problemas circulatórios e formação de escaras.
Ana Helena Toigo
Fisioterapeuta especialista conceito bobath
Referências Bibliográficas:
Macedo, Gazzola e Najas. Síndrome da fragilidade no idoso. Arquivos Brasileiros de Cíências da Saúde, v. 33. P. 177-84
Shephard, Roy. Envelhecimento, atividade física e saúde. 2003
Rebelatto, José Rubens. Fisioterapia Geriátrica: a Prática da assistência ao idoso. 2007. Manole