A Importância da Nutrição na Terceira Idade

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas idosas aumenta consideravelmente ao longo dos anos. Estima-se que no ano de 2025, a população com mais de 60 anos representará 15% do contingente populacional brasileiro, significando um aumento de 16 vezes quando comparado ao percentual de 4,8% na década de 1960.

Apesar de ser um processo natural, o envelhecimento leva o organismo à diversas alterações anatômicas e funcionais, que afetam relativamente o estado nutricional do idoso. Dentre as alterações, destaca-se a redução da taxa metabólica basal devido ao menor gasto energético, diminuição do percentual de massa magra e aumento do tecido adiposo.

As alterações no sistema digestório, iniciam-se na cavidade bucal com redução das papilas gustativas, da salivação, da ação de enzimas e menor quantidade de ácido clorídrico que auxilia na absorção da vitamina B12, a qual é de extrema importância para evitar a anemia perniciosa. Outras alterações incluem a redução na absorção de vitaminas e minerais, a intolerância à gordura, alteração no controle do esfíncter no esôfago e intestino, levando à maior incidência na perda de apetite, deficiências nutricionais, redução na ingestão de proteína, aumento na intolerância à alimentação e também a constipação intestinal.

A redução da sensibilidade aos sabores primários, como o doce, o salgado, o amargo e o ácido apresenta considerável importância no público da terceira idade, interferindo na falta de apetite e no consumo alimentar.

O olfato e a visão também interferem diretamente na sensibilidade aos sabores; e o não reconhecimento dos alimentos também contribui para a redução do apetite.

Assim sendo, a alimentação adequada é de extrema importância no processo do envelhecimento, evitando um quadro de desnutrição.

Como recomendação para uma alimentação equilibrada e saudável, coloco como proposta o uso da Pirâmide Alimentar elaborada por uma equipe de cientistas da Universidade de Tufts, de Boston (EUA), e recomendada pelo Departamento de Agricultura do país.

A base da pirâmide é a atividade física da vida diária, como caminhar, cozinhar e fazer exercício físico. No segundo tópico encontra-se a hidratação, pois a redução na percepção de sede faz com que o idoso não faça a ingestão de líquidos de forma adequada. A recomendação mínima de líquido é de 30ml para cada kg de peso; ou seja; um idoso de 60kg deve ingerir pelo menos 1800ml de líquidos ao dia, entre água, chás, sucos e leite.

Já os alimentos foram divididos verticalmente – carboidratos, verduras e legumes, frutas, laticínios, proteínas e as gorduras que está sendo representado em menor espessura. No topo da pirâmide encontramos uma bandeirinha lembrando a importância da Vitamina B12, Cálcio e Vitamina D, que geralmente estão em deficiência na alimentação do idoso, pois estão presentes na carne vermelha (muitas vezes pouco consumida devido à dificuldade na mastigação e deglutição); nos laticínios e nas gorduras boas, bem como oleaginosas.

Essa pirâmide contempla não somente os alimentos, mas a base do envelhecimento saudável.

O cardápio ideal deve conter: arroz e feijão, pois é a combinação perfeita em aminoácidos que são importantes para a contração muscular; carne magra para oferta adequada de proteína, duas porções de vegetais ao dia para fornecimento de fibras, vitaminas e potássio; ingestão de frutas três vezes ao dia; e muita água para evitar desidratação.

Porém, em casos em que o idoso não consiga atingir as suas necessidades nutricionais de calorias e proteínas através da alimentação, é necessária a prescrição de suplementação para manutenção da sua saúde.

O importante é se alimentar de seis refeições ao dia, de forma fracionada e nas porções adequadas, com alimentos o mais natural possível; e muita água para hidratar e manter o corpo em equilíbrio.

Fernanda Cristina
Nutricionista
CRN8 8477

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